quarta-feira, 15 de setembro de 2010

faço entender poesia

Sem calor, sem amor e acredite, ela anestesia.
Nada se sente, mente e desmente.
Sem alvo, sem caça
nada busca, não há nada, só desgraça?
Ora, nada fala e nessa alçada com clamor
jura de pé junto que amou?
Não, paixão é também alegria
abre a janela, pára e respira
que viver é interpretar a poesia.
Então vou ser ator
e só fingir que entendia.
É, por que dor é viver e não sofrer
e talvez ter a sorte de entender
se é que é possivel um dia.

sábado, 11 de setembro de 2010

Livre pra poder sorrir

"[...] Toda moral é, em contraposição ao laisser aller¹, um pouco de tirania contra a 'natureza' e também contra a 'razão' [...]" Friedrich Wilhelm Nietzsche

Ora, Nietzsche podia mesmo falar com tanta precisão uma vez que estava ele próprio, entre o mundo inteiro diria, vivendo uma época onde a moral era lei.
Não vou ser injusto, não estamos na Europa do séc. XIX, mas a moralidade até hoje é indigesta, atrapalha o livre-alvedrio, incomoda, corrompe... Ah... É ruim.
Tá, a moralidade tem lá suas funções, boas, combate a indecência e a violência entre outras pragas, mas isso seria rapidamente sanado pelo bom senso. Deveriamos contar com a inteligencia do ser humano, mais ou menos como de fato é hoje em dia, afinal, promeça de punição não é proibição. Mas não quero passar este tipo de moralidade, dessa forma parece que estou defendendo criminosos, quando eu digo moralidade, digo religião, sociedade, diabolicamente falando (rs) poderia citar familia. Falo das ideias que impõem ao nosso cérebro e corpo, caramba... Não se dita o modo de vida de ninguém!! Querem escolher nossa sexualidade, nossa religião, nossas roupas e como devemos agir e falar, e a grande maioria das pessoas se deixa marionete, quer ser aceita ou não perseguida. Quanto mais velhos, mais estão cansados, dizem "Ah, eu não tenho mais paciência pra brigar com ninguém não...". As crianças, coitadas, deixa pra lá. E quando vem o bloco mais importante, aquele que deveria fazer algo, nós nos deixamos levar pela moda, religião e "fenômenos sociológicos".
PRO INFERNO! Vamos ser felizes e imorais, viva a passeata gay, o protesto do punk urbano e a anti-religiosidade do ateu.
Ora, não prego a homossexualidade, o vandalismo e o ateísmo, explico-me, ou melhor, vou deixar um ficticio sábio chamado Zaratustra me explicar com suas palavras: "[...] não quero privar-me do espetáculo dos maus [...]"². Amigos, não devemos tratá-los com igual ignorância. Viva o estilo protestante, mas aquele que é pensado e inteligente. Não quero ser o vândalo, quero ser a ovelha negra, o cara que nada contra a corrente e chega primeiro à sabedoria!
Àqueles que lhe dão o deprezo por não ser como eles, dê o desprezo por não ser como vocês. Sem a violência deles, com a nossa inteligência.


(1)do francês algo como "saciar": Nietzsche coloca como "deixar ir", remetendo ao livre-arbítrio.
(2)Assim falava Zaratustra, F. W. Nietzsche, ed. Escala, pág. 115.